domingo, setembro 03, 2006

Aniversário

Já lá vai um mês, e pela segunda vez consecutiva passei o meu aniversário fora de casa.
Aos arruinados leirienses as minhas desculpas.
Devo dizer que esta perspectiva não era muito agradável, porque passar o aniversário fora é uma coisa, passá-lo sozinho é outra.
Sozinho, julgava eu!
Tinha explicado isto à Monta, e ela disse-me para não me preocupar que não me deixava sozinho, que se arranjava alguma coisa para fazer. Convidou-me para ir à terra dela, Salacgrīva, que fica a cerca de 2h30 de Rīga, de autocarro.
Portanto dia 3 de Agosto esta base levanta o cu da cama e arrasta-se até à gare.
Meti-me no autocarro, apanhei forte seca com umas obras na estrada, e lá cheguei ao destino. Salacgrīva é uma cidadezinha simpática, costeira, acima de tudo pacata. Tinha de ser eu a amotinar.
O comité de boas-vindas era constituído pela Monta, a irmã mais nova e duas amigas.
O plano consistia em comprar alguma bebida e ir até ao quintal dos avós boer uns copos.
No supermercado encontrei uma garrafa de vinho do Porto. Desconfiei, mas claro que a comprei (era mau, mas era vinho do Porto, com selo português e tudo).
Qual não é o meu espanto quando chego ao dito quintal e vejo uma mesa cheia de snacks com óptimo aspecto e uma faixa a dizer Parabéns!
Isto, meus amigos, é prestígio.
Um serão muito agradável, bem regado, em excelente companhia, que apenas falhou num ponto – responsabilidade inteiramente minha.
Eu já tenho idade para saber que devo ter água mineral disponível na manhã seguinte a uma borracheira.
Como fiquei a dormir em casa dos avós, sem ter sequer contactado com os senhores e sem conhecer a casa, acordei cedo, cheio de sede (vá-se lá saber porquê) e água engarrafada nem vê-la. Estava sem saldo no telemóvel, não podia contactar a Monta, resumindo: estava na merda. Pois com um aspecto lamentável, por volta das 6h da matina, atravessei a vila até chegar à única loja aberta àquela hora e comprei 3 L de água, à bruta. Ao voltar a casa, e esperando passar despercebido, deide caras com a avó da Monta. Nem quero imaginar o que a senhora viu.
Mais tarde a Monta foi-me buscar e levou-me a casa dela, onde fui presenteado com um pequeno-almoço letão, abundante portanto. Soube pela vida. Conheci a família e tudo!
Voltei para Rīga a ressacar ligeiramente no autocarro, mas feliz da vida.

Obrigado, Monta! És uma jóia :)

2 comentários:

Anónimo disse...

Camarada Simões,

Ainda me estou a rir com os teus relatos e já passaram varios minutos de os ter lido.

Parabéns pelo aniversario e pelas historias mirabolantes.

Um abraço.

Simões disse...

Camarada Xico,

Shanks! :)

Vou deixar de preguiçar e passar para aqui mais umas notas que tirei...
E depois quero ver quem vem cá visitar!

Abraço.