O novo Vasco Pulido Valente?
Um dos males de apenas ter acesso a versões online de jornais é que um gajo perde as colunas de opinião. Faz-me diferença, sobretudo no PÚBLICO. Embora possa ler os artigos do Pacheco Pereira, que os disponibiliza no ABRUPTO, não tenho possibilidade de ler as crónicas do Vasco, cuja passagem pela blogosfera foi efémera
Entretanto o DN fez uma purga aos colunistas de esquerda, foram-se o Ruben Carvalho, o Medeiros Ferreira e a Joana Amaral Dias (estes dois últimos escrevem no Bicho Carpinteiro, vai valendo isso) e agora o leitor leva com os bitaites insonsos do Ferreira Fernandes todos os dias, às vezes em dose dupla. Andava eu desiludido com isto quando me deparei com um novo elemento no plantel: um tal de Alberto Gonçalves, sociólogo.
Embora a palavra "merda" não surja tão regularmente nos seus textos, e ignorando a escassez de referências a Fontes Pereira de Melo, sou gajo para dizer que este fulano é tão contundente, venenoso e zangado com a vida como o Grande Vasco. Eis alguns excertos da sua análise da semana:
Chávez personifica a verdade e a essência do género. Na sua bestialidade primordial não há senão violência pura
Ninguém imaginaria que a opinião pública internacional interrompesse uma agenda carregada de entusiasmados protestos contra os Estados Unidos para lamentar as mortes de 200 mil ou 300 mil pretos (...)
Convinha era estabelecer um número de feridos a partir do qual um jogo da bola atinge o estatuto de "ligeiro contratempo" ou de "chatice dos diabos". Três feridos? Trinta? Cem feridos e dez mortos?
O Parlamento debateu a nova lei do tabaco. Na prática, a lei nacionaliza estabelecimentos de hotelaria e aparentados, investindo os seus proprietários na arte da denúncia.
GONDOMAR TECH (acho que o título diz tudo)
Isso explica que o "caso" Carmona, um retrato banal e relativamente moderado do municipalismo democrático, se tenha transformado num drama partidário e nacional.
Em larga medida, Attali é a "République": um vácuo pomposo, uma ruína da subvenção estatal cercada por automóveis em chamas.
Mais um que vale pela forma e não pelo conteúdo. Aprecio bastante. Não há nada melhor para nos animar do que saber que há alguém neste mundo mais frustrado que nós, não é?
Mesmo assim, o Vasco é o maior!
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